Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br
As plantas podem se expressar, de maneira rudimentar e limitada, mas podem. Elas se inclinam para crescer na direção do sol, por exemplo, e também se inclinam na direção do som de música clássica.
Se as pedras não fossem inanimadas, será que não manifestariam, quem sabe, sua preferência por música? Não admirariam a plástica e o movimento da dança, já que muitas delas se transformam em joias, obras de arte? De uma maneira ou de outra, as pedras se expressam, pois suas cores, texturas e a possibilidade de dar-lhes formas impressionam nossos sentidos. Existem pedras raras de brilho e valor incomparáveis, que podem emprestar suas qualidades excepcionais para enriquecer a dança.
E a beleza das pedras incorporou-se à dança, dando-lhe cores, sentimentos e emoções, no espetáculo Pedras Preciosas, produzido pelo Ateliê da Dança, academia de Dança de Salão de São José.
A Granada Demantoide, por exemplo, uma das pedras preciosas mais raras, representa, com seu verde, a diversidade da natureza.
A Alexandrita, uma Czarina que tem esse nome porque foi descoberta na época do Czar Alexander II, tem a característica de mudar de cor conforme a iluminação. Integra-se harmoniosamente à arte de bailar, pois a sua mudança de cores é bem semelhante à dinâmica de movimentos da dança.
O Citrino, de um amarelo que o faz poder substituir topázios e safiras, é a pedra da energia positiva, que casa muito bem com a música e a dança, artes que emanam bons fluidos.
A Cianita, de cor azul (mas que pode ser, também, verde e cinza), é translúcida e transparente, tal qual os bailarinos, que através de sua arte, deixam sua alma exposta.
Opala quer dizer pedra preciosa. Tem grande variedade de matizes na mesma pedra, fazendo um jogo de luz e cores, conforme o ângulo de que se olha, como se fora uma dança de raios coloridos. É símbolo de pureza e esperança.
Ametista é a pedra do Dia dos Namorados e a tradição diz que ajuda aqueles que a usam para manter a fé e causar a paz. Por isso combina tão bem com música e dança romântica. É violeta, do mais claro ao mais escurto, indo do translúcido ao transparente.
Canga Rosa é a pedra do perdão e da afetividade. É de cor rosa, mesclando para o branco. Translúcida. Combina com a música e respectiva coreografia que demonstra o relacionamento entre as pessoas. A Água Marinha é a pedra da voz e desde muito tempo atrás é considerada também a pedra do amor eterno. A cor da Água-Marinha varia do verde-azul a azul claro. é uma gema da família do berilo azul. Nada mais oportuno, portanto, do que representá-la com uma coreografia romântica e uma música cantada ao vivo.
O Berilo amarelo é uma pedra de grande poder energético, por isso fortalece o espírito. O zouk é uma dança que o representa muito bem.
O Jade é uma pedra ornamental muito dura, com cor que varia do verde claro ao verde escuro. A sua dureza contrasta com a maleabilidade da dança do ventre. A pérola é produzida pela ostra, em reação a corpos estranhos que invadem o seu organismo, como vermes ou grãos de areia. É valorizada como gema e trabalhada em joalheria. Essa transormação do reino animal para o mineral, esse ecletismo é combinado ao dinamismo da salsa e do merengue.
Então a dança absorve a beleza e a transformação das pedras, suas cores e formas. E não são privilegiadas apenas as pedras preciosas ou semi-preciosas: a brita, pedra britada para uso em concreto para construção, de cor cinza, geralmente, também pode e deve ser representada pela dança.
A dança é um universo muito amplo e multifacetado, totalmente plástico e envolvente, que extrapola o mundo animal, invade o mundo vegetal e vai adentrando pelo mundo mineral. É a vida se espraiando, animando nossos sentidos.
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