Por Luiz Carlos Amorim – Escritor - Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br
Acabo de ler artigo de Elio Gaspari, publicado na Folha de São Paulo e no Globo, sobre a nossa Biblioteca Nacional. Nele, o autor denuncia o abandono daquela que é considerada pela UNESCO uma das dez maiores bibliotecas nacionais do mundo, é também a maior biblioteca da América Latina.
O início da Real Biblioteca no Brasil – que substitui a Livraria Real, de D. João I - está ligado a um dos mais decisivos momentos da história do país: a transferência de toda a família real e da corte portuguesa para o Rio de Janeiro, quando da invasão de Portugal pelas forças de Napoleão Bonaparte, em 1808.
Apesar da sua importância para a memória e para a cultura de nosso país, a Biblioteca Nacional está caindo aos pedaços – sua fachada solta pedaços – e ela está infestada de baratas, brocas, traças, cupins e ratos. Sem contar que vazamentos já inundaram diferentes andares, com acúmulo de água de dez centímetros.
Minha amiga Maura, que me mandou o artigo, indignada, clama: “há quem possa dizer que temos iPads e e-books, que não dão cupim nem barata. Mas e a história, como fica? Vai acontecer como no filme “Farenheit 450 – onde os livros são todos queimados e, para preservar a memória, um idoso conta a seu neto a história, para que depois ele também passe adiante – a volta à oralidade para preservar o passado.”
Pois é. Segundo o autor do artigo, o atual diretor da casa, Galeno Amorim (tinha que ser Amorim, para me envergonhar) e a presidentA Dilma gastam muito dinheiro da polpuda verba destinada à Biblioteca Nacional, mas não na preservação do acervo e do prédio.
Então, como se vê, tudo que é ligado à Cultura e à Educação, nesse país, é relegado à ultimo plano, infelizmente, pelos donos do poder.
Como termos resgatar o sistema de ensino brasileiro, a educação brasileira, se não damos aos livros, repositório da memória e do conhecimento, o devido valor?
E Santa Catarina segue essa cartilha direitinho: a Biblioteca Estadual quase foi fechada, recentemente. O governo do Estado a tem tratado como um estorvo e tenta se livrar dela. Mudaram até o nome dela para Biblioteca Pública de Santa Catarina, quem sabe para “privatiza-la”. O que há com esses políticos? Cultura não dá votos, educação deixa as pessoas mais inteligentes para enxergarem que eles – os nossos representantes - não estão no poder para trabalhar pelo povo, mas sim trabalhar apenas no seu próprio interesse?
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