Por Luiz Carlos Amorim (Escritor – Http://br.geocities.com/prosapoesiaecia )
Estamos quase no inverno, mas sempre que saio de casa, para ir ao banco, à academia, à aula de inglês, ao supermercado, ou simplesmente para caminhar, encontro no caminho, em algum jardim ou esquina, um pé de jacatirão. Eu já disse que é inverno? Pois é, e lá estão elas, pequenas e majestosas, às vezes nem tão pequenas, cobertas de flores de pétalas coloridas em tons que vão desde o branco até o vermelho.
Fico maravilhado com o fato de poder ver as flores de jacatirão em junho, julho, quando o frio do inverno não é propício a uma flor que eu reputava ser de um tempo mais quente. É a variedade de jardim, chamada de manacá-da-serra.
Eu estava acostumado a tê-las a partir de outubro, na primavera e no verão. No norte e nordeste de Santa Catarina – em Joinville, São Francisco, Corupá, Jaraguá, etc., as matas, as florestas, as encostas ficam tingidas de vermelho, num espetáculo grandioso, uma esfuziante festa de cores e luzes. É o jacatirão nativo.
E esta encantadora e inigualável performance da natureza começa em meados da primavera, indo até o auge do verão, enfeite natural de nossas árvores de Natal, a explosão de cores para festejar a chegada dos novos anos.
No carnaval, quando as flores estão acabando em Santa Catarina, recomeça o espetáculo no Paraná, São Paulo e pelo Brasil afora, beleza que pode ser vista por todos que passam pela BR 101.
Por volta de abril, perto da Páscoa, as flores de jacatirão florescem no interior de Santa Catarina, mais ao sul, e também no Rio Grande ao Sul. Por isso, esse jacatirão tem também o nome de Quaresmeira: em alguns estados – e eu não vou enumerar, pois são muitos – os jacatirões florescem na quaresma, substituindo o verde das matas pelas cores das pétalas de suas flores, em nossos outonos.
É uma flor de todas as estações e é uma árvore das mais belas, só se comparando à luminosidade de um ipê florido, quando todas as suas folhas desaparecem para dar lugar às flores amarelas.
A diferença é que esperamos a visão fantástica de um ipê faiscando luz amarela por um ano e só podemos ver este espetáculo por uma semana. Os pés de jacatirão, no entanto, florescem durante meses, são mais humildes, mas mais generosos, mais numerosos, mais freqüentes. Tão ou mais numerosos que a azaléia, que também floresce no inverno, em julho, fechando de flores vermelhas, brancas ou rosas suas touceiras. Até porque a azaléia é cultivada nos jardins, enquanto os jacatirões nascem e crescem livres pela natureza., apesar de existirem, em sua versão híbrida, em muitos canteiros, frente as nossas casas – aqueles que florescem nos tempos frios.
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