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terça-feira, 23 de junho de 2009

CRIME NA SAÚDE (Ou A SAÚDE NA UTI)

Por Luiz Carlos Amorim (escritor e editor - lc.amorim@ig.com.br )

A criminosa história do médico flagrado cobrando serviços prestados através do SUS voltou à mídia. O que me causa indignação não só o fato em si, mas porque nada é feito para mudar este estado caótico da saúde pública brasileira. O médico ainda não foi julgado, agora é que estão pegando depoimentos das várias vítimas e transferiram o final do caso para agosto. E pior, ele já voltou a trabalhar. Nem despedido ele foi.
Há seis anos, minha mãe precisou colocar uma prótese no joelho e como era urgente, pois ela não agüentava mais a dor e conseqüentemente não podia mais andar, aceitou pagar, para o médico, R$ 2.500,00 reais. Apesar de a cirurgia ter sido feita pelo SUS. O valor, cobrado a título de “assistência médica futura”, subiu para R $ 6.000,00, se ela tivesse que fazer a mesma coisa no final do ano passado.
Voltando ao caso atual, o que me deixa mais indignado é que, apesar de flagrado em plena cobrança “indevida” pela televisão, pois os exames pelos quais o médico recebeu R$ 3.400,00 foram realizados pelo SUS, o médico foi apenas "afastado do cargo". E não é de se estranhar que ficou recebendo o salário, pois já voltou ao “trabalho”, atualmente. O roubo documentado virou “obtenção de vantagens próprias por meios indevidos”. E não se falou em prisão, em devolução do dinheiro roubado, nada.
O flagrante comprovou apenas um dos roubos do médico. E os outros? Ou vamos concluir que ele praticou apenas aquele roubo mostrado na televisão e na internet para o país inteiro?
O que vimos é estelionato, é roubo na sua forma mais vil. E precisa ser tratado como tal. Instauraram um inquérito policial, mas o médico ladrão responde o processo em liberdade, pois o delegado achou que "não há motivos para prendê-lo". O cidadão roubou, já devia ter sido preso e, além de qualquer outra condenação, devia devolver todo o dinheiro roubado daquela paciente que vimos e de todas as outras vítimas.
Apesar de nosso presidente dizer aos quatro cantos (e parece convencido disso) que o Brasil está ótimo, que tudo vai bem, que o brasileiro está muito bem, hospital público, além de lugar para se mendigar, ter negada assistência médica e até morrer na porta sem atendimento, também é lugar para sermos assaltados e roubados. Isso é Brasil.

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