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quinta-feira, 4 de junho de 2009

LIVROS, EQUÍVOCOS E LANÇAMENTO DO EDITAL DA LEI GRANDO

Por Luiz Carlos Amorim (Escritor – http://br.geocities.com/prosapoesiaecia )


Tenho recebido e-mails e telefonemas de pessoas que têm lido o blog e estou feliz com a repercussão. Feliz e surpreso, pois não imaginava haver tanta gente ligada neste sítio. Vou transcrever o que uma amiga me enviou, pois ela revela outros gastos com livros que talvez não fossem os mais indicados para se comprar. Então, antes da compra milionária dos livros que foram recolhidos, já haviam sido feitas outras compras.
Essa Secretaria de Estado da Cultura parece ser especialista em comprar quantidades imensas de um mesmo livro – consequentemente de uma mesma editora. Por que será?
“Pois é, tanto São Paulo como SC, cometeram equívocos irreparáveis”, diz a minha amiga, “porque não lêem as obras antes de adquiri-las. Primeiro, se não lêem, não são leitores. Como teremos um Estado de leitores com dirigentes deste naipe? Só leitores fazem outros leitores. Gente que não lê não pode gerir a Educação.
Outra: Por que, tendo aqui no Estado cinco doutoras renomadas, altamente qualificadas, com notório saber, reconhecidas nacionalmente, estas não são chamadas para orientar os Projetos de Leitura da SE? Por que a Secretaria de Estado da Cultura não as chama, não as consulta? Os livros do Planeta Leitura, outro equívoco, são ruins, em sua maioria. (Minha amiga se refere ao projeto Planeta Leitura – Ziraldo e seus Amigos”, lançado há algum tempo pela Secretaria, que consistia na compra da coleção Ziraldo e seus Amigos, da Editora Melhoramentos, para alunos do primeiro grau da escola pública.)
Não entendo porque as pessoas qualificadas não são chamadas. Eliane Debus, Tânia Piacentini, Dirce Waltrick, Danúsia da Silva, Sueli Cagneti, estas especialistas deviam dar a consultoria para assuntos referentes à escolha de obras literárias. Elas têm que ser chamadas , caramba!!!!!
A Profa. Tânia Piacentini, inclusive, é votante da FNLIJ, a Instituição mais importante do país, no que diz respeito à indicação de obras apropriadas para crianças e jovens.
Gastaram uma fortuna com livros que serão escanteados sabe se lá para onde e, no entanto, essa gente não tem o tino de pagar por uma consultoria digna e segura, que evitaria um escândalo como este.”
Entendo perfeitamente a indignação, que não é só nossa. E já que estamos falando em livros comprados pelo Estado, aos milhares, transcrevemos a seguir o Edital da Cocali, que começa a cumprir, finalmente, a Lei Grando, ao selecionar dez obras para comprar 300 exemplares de cada por 50% do preço de capa:

Governo lança edital para aquisição de livros - 04/06/2009 – A Fundação Catarinense de Cultura (FCC) abre na segunda-feira, dia 8 de junho, o período de inscrições para o Edital de Aquisição de Livros – COCALI. Promovido pelo Governo do Estado, o edital vai selecionar e adquirir obras de autores catarinenses ou residentes há mais de dez anos em Santa Catarina. Serão selecionadas até dez obras, que terão 300 exemplares de suas tiragens compradas e distribuídas para bibliotecas públicas municipais. As inscrições são gratuitas, e estarão abertas entre 08 e 26 de junho. “A aquisição e a distribuição de livros são de grande importância para a difusão da literatura catarinense. Com esse edital, o Estado atua como um mediador entre nossos autores e a população, que muitas vezes tem pouco ou nenhum acesso aos bens literários”, afirma a presidente da FCC, Anita Pires. Os autores poderão inscrever mais de uma obra, mas somente serão aceitas inscrições de livros publicados entre 2004 e 2009. Também é necessária a apresentação de documento assinado pela editora autorizando o desconto de 50% no preço de capa para aquisição pela FCC, caso a obra seja selecionada no edital. As obras inscritas serão avaliadas e selecionadas pela Comissão Catarinense do Livro (COCALI), composta nove membros, representantes da Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte, Fundação Catarinense de Cultura, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), Academia Catarinense de Letras, Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina, União Brasileira de Escritores / Santa Catarina, Câmara Catarinense do Livro, além de um renomado escritor. Os exemplares encaminhados para análise não serão devolvidos e, após a divulgação do parecer final da COCALI, passarão a integrar o acervo da Biblioteca Pública de Santa Catarina. A seleção deverá ser concluída no prazo máximo de trinta dias, a contar da data de término das inscrições. Os títulos das obras selecionadas e os nomes de seus autores serão divulgados no site da Fundação Catarinense de Cultura (http://www.fcc.sc.gov.br/), onde também está disponibilizado o edital completo.

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