Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br
Neste sábado, 19 de março, leio no jornal que o prefeito de Florianópolis anunciaram mudanças no trânsito caótico da capital, com o lançamento de licitação para a implantação do Sistema BRT (trânsito rápido de ônibus), o mesmo que iniciou-se em Curitiba e serve de modelo para dezenas de cidades.
De fato, a cidade está precisando de mobilidade urbana. Curitiba resolveu o seu problema, com corredores exclusivos para ônibus, com uma rede integrada com terminais em vários pontos da cidade, de maneira que o usuário paga uma vez só e pode ir até o seu destino, mesmo mudando de linha, com sinaleiras sincronizadas, priorizando o transporte urbano, etc.
O que o prefeito não disse, com o bombástico lançamento da notícia de que vai implantar aqui o mesmo sistema, é que já tentaram isso aqui, no final do século passado. Alguns terminais construídos para a tal integração ainda estão sem uso, abandonados, em bairros como Jardim Atlântico, por exemplo. Dinheiro público usado com descaso, pois os terminais estão sem uso, deteriorando, quando poderiam ser aproveitados como escolas, creches, postos de saúde, etc.
E, além de jogarem fora o dinheiro público, tornaram alguns roteiros mais lentos, pois onde funciona o terminal intermediário, o usuário tem que pagar nova passagem para tomar outro ônibus. O que significa que a viagem demora mais e tornou-se mais cara. Isso sem considerar que a passagem de ônibus na capital catarinense é uma das mais caras do país, se não a mais cara e, ironia, as empresas de ônibus que operam o transporte por aqui ganham subsídio da prefeitura um milhão de reais – esse o último valor divulgado, no ano passado.
Então já tentaram implantar o modelo de transporte público que deu certo em Curitiba em Florianópolis e em Joinville. Em Joinville não sei se todos os terminais intermediários estão funcionando, mas também se paga passagem a cada vez que se toma um novo ônibus. Em Floripa, por falta de determinação e boa vontade dos administradores da cidade e também por inflexibilidade das empresas em, quem sabe, terem um lucro menor, não vingou. Quem sabe o “subsídio” da prefeitura não se deve a essa tentativa? O sistema novo ficou capenga e foi abandonado, mas o “subsídio” continuou.
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