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quarta-feira, 31 de março de 2010

CÃES ABANDONADOS


Por Luiz Carlos Amorim – Escritor e editor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/

Nesta semana e na semana passada, vi uma matéria na televisão sobre os cães que são abandonados diariamente pelas pessoas nas ruas das cidades. O telejornal flagrou pessoas abandonando, sorrateiramente, animais em ruas mais afastadas do centro, em qualquer rua e até em um canil que acolhe os bichos para serem adotados.
Um dos casos, uma cadela jovem de médio porte era colocada pra fora do carro, que saiu em disparada e o animal saiu correndo atrás. A volta ao assunto, no mesmo telejornal, foi justamente porque alguém reconheceu a cadelinha abandonada, encontrada atropelada, dias depois, toda machucada, quebrada, magra, sem quase poder andar, quase à morte.
Não dá pra entender a crueldade de pessoas que compram um animal de estimação com o qual, na maioria das vezes, alguém da família se apega. Mas em ele crescendo, ou ficando doente, ou em caso de viagem, a criatura é abandonada sumariamente.
O dono da cadelinha preta que foi atropelada está sendo procurado pela polícia e vai preso, espero, se for encontrado. É preciso coibir essa prática tão comum em nossas cidades, pois há um sem número de cães (e gatos, também, em menor escala), abandonados em nossas ruas, ficando doentes, sendo atropelados, morrendo aos pouquinhos e espalhando doenças.
Em outros países, como Inglaterra, Estados Unidos e outros, é crime a crueldade com animais e os envolvidos são presos, pagam multa e perdem a guarda. No Brasil estamos precisando de uma lei assim
E esse estado de coisas não é de agora. Lembro que, há uns dois anos, denunciei uma dona de quatro waimaraners, pois os cães estavam abandonados em uma casa vazia em uma rua paralela a minha, sem comida, sem água e doentes. Enquanto a dona não aparecia, eu levava comida e água diariamente. Fiz isso durante um mês, até que uma ONG levou a polícia até lá. Mas apesar de um dos cachorros estar esquelético e quase morrendo, a dona prometeu cuidar deles e a coisa ficou por isso mesmo. Os cachorros continuaram lá, até que sumiram todos, um a um. Não sei se morreram todos ou se a dona os realocou. A verdade é que hoje existem outros quatro cachorros lá, um dálmata e outros três viralatas, que pelo menos devem estar sendo alimentados, porque não estão magros demais.
Onde está a humanidade das pessoas que abandonam seus bichos de estimação assim, com tanta facilidade?

terça-feira, 30 de março de 2010

MEUS PÉS DE ARAÇÁ


Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/

Amigos, hoje comi um araçá quase do tamanho de um ovo. É claro que o ovo com o qual eu comparei o araçá não é dos maiores, mas é só pra se ter uma idéia do tamanho da fruta. E isso não é o mais curioso. Na minha casa não tenho horta, apenas um pequeno jardim com uns míseros cinco ou seis metros quadrados com terra para eu plantar uma flor, um tempero, uma couve. Eu até que uso muito bem o espaço, tenho o meu pé de jacatirão – manacá-da-serra, pois é de inverno, algumas outras flores, como rosas, onze-horas e outras, pés de couve, de salsa, de cebolinha, de sálvia, de manjericão, de hortelã, de guaco, de alecrim, de morangos e por aí afora. Às vezes planto até vagem, nabos, brócolis, repolho.
Fico um tanto frustrado por não ter espaço para plantar árvores frutíferas, então comprei um pé de araçá, há uns dois ou três anos e plantei-o em um grande vaso. Não é o lugar ideal, mas ele resistiu bravamente e produziu até bastante, duas vezes ao ano. No entanto, ele já estava com pouco mais de um metro de altura e eu fiquei com dó de vê-lo confinado àquele vaso de uns cinquenta litros. Então levei-o de presente para minha mãe, que mora em Jaraguá do Sul e tem bastante terra em volta da casa para plantá-lo no chão.
Acontece que, quando das safras do meu generoso e sofrido pé de araçá, alguma fruta madura caía no chão e foram nascendo alguns filhotes pelo meu canteiro. E não é que quando eu baldeei a árvore-mãe para Jaraguá, já havia no quintal vários pés pequenos no meio do mato?
Pois dois dos pequenos pés de araçás, com não mais que um ano de vida e com menos de meio metro de altura, já estavam exibindo vários frutos ao longo de seus galhos. E cada fruto grande, bonito, maiores do que os frutos da árvore-mãe.
Então estou comendo os frutos dos meus pequenos e jovens pés de araçá. A natureza é simplesmente mágica, não é mesmo?

segunda-feira, 29 de março de 2010

JUSTIÇA, TÊNUE JUSTIÇA

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/


Na semana passada, bem à véspera do julgamento do casal Nardoni, em São Paulo, pelo assassinato da menina Isabela, houve uma reviravolta no caso da menina Gabrieli, encontrada morta em uma igreja de Joinville. É curioso, pois os dois casos são semelhantes.
O Tribunal de Justiça encontrou falhas na investigação e decidiu anular o julgamento que condenou Oscar Gonçalves do Rosário, suspeito de ter abusado sexualmente e depois assassinado a menina Gabrieli Cristina, de três anos. O processo que investigou, julgou e condenou o pedreiro a 20 anos de prisão, foi cancelado em sessão do TJ de Santa Catarina, do dia 25 de março, por irregularidades encontradas no processo de investigação da polícia e por falta de provas e indícios.
Tudo leva a crer que o que houve foi um acidente, segundo a desembargadora Salete Sommariva, mas o caso deve voltar a ser investigado do início.
A reviravolta, é claro, estourou na mídia. A RBS entrevistou o advogado e professor de Direito Alceu Pinto Júnior, também criminalista, que se propôs a esclarecer alguns pontos do caso. Uma das perguntas que o âncora do Jornal do Almoço fez ao especialista, foi: “Caso não se consiga comprovar o crime, Oscar pode ingressar na justiça pedindo indenização pelos três anos que ficou preso?
A resposta de Alceu, exatamente o que foi dito no ar: “Tecnicamente pode, também não é o comum, porque é um direito que tem o estado de fazer apuração. No momento que ele está sofrendo, ele está sofrendo o exercício desse direito do Estado de apurar um crime que ocorreu, um evento que ocorreu. Mas ele pode fazer esse requerimento, que será analisado judicialmente.”
Não sou especialista como o advogado esclarecedor, mas acho que ele devia rever a sua resposta. Quer dizer que o Estado pode prender qualquer cidadão, eu ou ele, por suspeita de um crime, porque é um direito do Estado fazer isso? Que direito é esse? Onde está escrito? E o meu direito, e o seu? Desde quando se pode prender alguém e condenar sem provas suficientes? O Estado pode manter alguém preso, mesmo não conseguindo indícios comprobatórios de que aquela pessoa é a culpada?
Sabemos que Oscar, condenado indevidamente, pode vir a ser investigado novamente. Mas é preciso que tudo seja feito corretamente, que a justiça seja feita honesta e eficientemente, para que se chegue à verdade.
Nossa justiça já anda carente de credibilidade, não é de agora. Com casos de erros inaceitáveis como esse, então... Podem até provar, em uma nova investigação correta e criteriosa, que Oscar é culpado, o que não acho muito provável, mas o erro crasso cometido permanece, gritante. E notem que o erro foi reconhecido pelos desembargadores do TJ, ou seja, pela própria justiça.

domingo, 28 de março de 2010

CORUPÁ, SUAS BELEZAS E SUA HISTÓRIA

Seminário hoje

Construção do Seminário


Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://luizcarlosamorim.blogspot.com/

Em uma crônica anterior, falei do livro sobre rios e cachoeiras de Corupá, prontinho para ser publicado, com editoração, capa, tudo providenciado, mas sem patrocínio, ainda, para fazer a obra circular. De qualquer maneira, ele deve sair, mais cedo ou mais tarde.
Enquanto isso, o livro que acharam ser mais oportuno para ser publicado, sobre a história de Corupá, está tomando corpo e o autor até me mandou o primeiro capítulo de amostra. Eu, particularmente, acho que uma obra sobre a Cidade das Cachoeiras deveria reunir as duas coisas: a história de Corupá e tudo sobre o seu imenso potencial turístico-ecológico, que se traduz na grande quantidade de belezas naturais, como dezenas de cachoeiras.
Mas o livro está sendo escrito, fruto de muita pesquisa e trabalho, e o primeiro capítulo ficou muito bom, revelando como a cidade surgiu de um caminho por onde passavam os desbravadores deste nosso sul. Fico curioso para ver a continuação, pois a história corupaense se revela muito interessante.
As fotos que ilustrarão o livro e que integram as pesquisas, também as vi, algumas, e achei espetacular. Alunos e professores do Grupo Escolar Teresa Ramos do meio do século passado, flagrantes da construção do Seminário Sagrado Coração de Jesus, um dos cartões postais de Corupá, a construção e inauguração da empresa de força e luz, nos anos vinte, enchentes de 1910, fotos da Rua Nereu Ramos, na década de 20, hotel do começo do século passado, fotos de colonizadores, peça de teatro apresentada na década de cinquenta.
Um livro assim, revelando Corupá desde o seu aparecimento até os dias atuais, com a descoberta de todas as suas cachoeiras e tantas outras belezas naturais, comporiam um uma grande obra.
Mas mesmo que seja só a história da nossa pequena-grande Corupá, já será de valor inestimável para a cidade.

sábado, 27 de março de 2010

PERIÓDICOS LITERÁRIOS E CULTURAIS

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Vocês lembram daqueles jornais literários e ou suplementos culturais publicados por imprensas oficiais dos estados, fundações culturais dos municípios, academias de letras, etc? Não falo, claro, das publicações alternativas ou dos poucos espaços em jornais da iniciativa privada, ainda que alguns cadernos de cultura e/ou literatura de grandes jornais também andassem pelo mesmo caminho.
Falo daquelas publicações oficiais, com textos quilométricos e nem sempre interessantes, com diagramação mal feita, via de regra, com blocos de texto maciços e grandes claros nas páginas, evidenciando mal aproveitamento de espaço. Os espaços não ocupados nas páginas, um desperdício imperdoável, davam a impressão de que tinham a função de fazer com que o material que ali estava publicado precisava preencher o número de páginas da publicação, mesmo que não houvesse texto para tanto.
Ainda hoje existem alguns desses cadernos, por aí, dirigidos a intelectuais de carteirinha, mas lidos apenas por alguns deles ou pelos próprios autores dos textos ali publicados.
Felizmente, isso está mudando. Os jornais e suplementos de cultura estão ficando menos herméticos, menos “elitizados”, com apresentação mais coerente e diagramação mais enxuta, com textos mais objetivos, mais claros e concisos, sobre assuntos mais atuais e de interesse mais abrangente.
Não queria citar este ou aquele, mas o Suplemento Literário de Minas Gerais sempre foi equilibrado, com artigos, crônicas, etc. mais rápidos e textos mais alentados, mais intelectualizados, dirigido a um número mais específico, menor. Como exemplo de outro jornal da “cultura oficial”, não tão tradicional como o Suplemento de Minas, posso citar o “Ô Catarina”, da Fundação Catarinense de Cultura. Melhorou um pouco a apresentação nos últimos dois anos, preencheu os espaços em branco, os textos estão mais dinâmicos, embora precise diversificar o elenco de escribas e, principalmente, precisa de periodicidade, pois no ano passado saiu apenas uma edição.
Algumas publicações surgiram nos últimos tempos, com boa apresentação, bom conteúdo e boa vontade. Poucas, mas estão aí, resistindo. Não são publicações populares, mesmo porque estão num país onde se lê pouco. Os leitores desses jornais e revistas oficiais ou “sérios” (os alternativos não são sérios? – o conteúdo de um e de outro é assunto para outra discussão) são,na verdade, quase que exclusivamente os próprios escritores. Com exceções, é claro.

sexta-feira, 26 de março de 2010

O NOVO GOVERNADOR

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/

Então nosso Estado Catarina está, a partir de ontem, sendo governado pelo vice, Leonel Pavan, político com uma ação contra ele, por envolvimento em crimes de corrupção passiva e ativa, violação de sigilo funcional e advocacia administrativa, envolvendo empresas privadas favorecidas por ele. E a isso, pode-se somar, ainda, improbidade administrativa.
E como em “política tudo se arranja”, ainda mais por aqui, a saída do governador para concorrer nas próximas eleições, salvou, temporariamente, a pelo do vice. Bela “política”, a nossa, que coloca no poder um político que deveria ser investigado por corrupção.
Será que não há nenhuma lei que regule uma situação dessas e diga que enquanto houver dúvidas, enquanto a ação não tiver um desfecho, o “político” não deveria assumir o mais alto posto do Estado?
Belo exemplo. Isso comprova, mais uma vez, a qualidade de nossos políticos. Com todo esse circo, sinto vergonha de ser catarinense.
Mas a eleição está aí. Será que vamos saber votar, sacando fora esses “senhores” que aí estão? O problema, um grande problema é saber que há a probabilidade de não termos candidatos decentes em quem votar. Aí parece que sobra uma única alternativa, a de anular o voto para que percebam que não estamos satisfeitos com o atual estado de coisas.

quinta-feira, 25 de março de 2010

RENATA, QUINTANA E A DANÇA

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Isso já está ficando chato, mas ontem acabei não postando nada, porque fui ao aniversário da nossa professora de dança, Renata Verani. Quando voltamos, já era quinta, de maneira que a crônica de quarta miou. Acho que eu deveria mudar o nome do blog para “Crônica do dia sim, dia não”.
Mas valeu a pena, amigos leitores, abraçar a Renata, rever um monte de gente e conhecer outro tanto, tudo gente que gosta de dança, que gosta de dançar.
A dança é uma atividade que aproxima pessoas, que reúne os grupos, provocando o nascimento de novas amizades. Então, nada melhor do que dançar para afastar a solidão – ou não deixar que ela consiga chegar perto da gente -, curtir a companhia de cada vez mais amigos, cultivar a boa saúde com alegria e disposição.
Dança é a poesia do corpo. Quintana já dizia, sobre dança e poesia, em “Aula Inaugural”:

“... Fora do ritmo, só há danação.
Fora da poesia, não há salvação.
A poesia é dança e dança é alegria.
Dança, pois, teu desespero, dança.
Tua miséria, teus arrebatamentos,
Teus júbilos.
E mesmo que temas imensamente a Deus
Dança como David
Diante da Arca da Aliança;
Mesmo que temas imensamente a morte,
Dança diante da tua cova.
Tece coroas de rimas...
Enquanto o poema não termina
A rima é como uma esperança
Que eternamente se renova."

Então dancemos.

terça-feira, 23 de março de 2010

PARABÉNS, FLORIANÓPOLIS!


Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/

E a capital da nossa Santa e bela Catarina completa mais um aninho. Apenas duzentos e oitenta e quatro aninhos, jovenzinha ainda. Há que comemorarmos o fato de se poder viver no paraíso, ainda que este paraíso esteja ameaçado pela falta de segurança, pela falta de estrutura, pela ganância imobiliária e pela ocupação indiscriminada do solo, por “políticos” que passam por ela apenas para usá-la como degrau.
Florianópolis é mágica, não só pelo mito das bruxas, mas pelas belezas de suas praias, da sua ponte quase centenária, de sua lagoa majestosa, de sua gente acolhedora.
Essa terra, abençoada por tanta beleza, cativa a gente de tal maneira, que uma vez aqui, é difícil ir embora, é difícil deixá-la.
As comemorações oficiais já foram mais entusiásticas, em outras épocas. Este ano Florianópolis comemora pouco e timidamente o seu aniversário – será porque estamos em ano eleitoral? Ou será que os “políticos”, administradores da cidade, estão com as barbas de molho?
O show com o cantor italiano Andrea Bocelli, que foi contratado por um valor milionário no final do ano – cerca de três milhões de reais, conforme a imprensa -, pela prefeitura da capital, para as festas de passagem de ano, poderia ter sido realocado para o aniversário da cidade, não? Afinal, o show já foi pago, mas não foi realizado.
São essas e outras “pequenas” coisas que empanam a festa de aniversário da cidade-capital. Mas a falta de sensibilidade e de amor à terra dos nossos “políticos” não tira os méritos e a magia de Florianópolis.
E quanto ao fato de levantarem de novo a polêmica de mudança do nome da capital, bem perto do seu aniversário, uma grande amiga, a Irene Serra, do Rio Total (http://www.riototal.com.br/), acaba de me enviar mensagem com o seguinte teor: não há porque lembrar de Floriano, quando dizemos Florianópolis. Podemos lembrar de flores. E não é isso mesmo?
Feliz Aniversário para a cidade, e que ela inspire seus governantes e seu povo a cuidarem melhor dela, para que possa crescer saudável e feliz.


ESSA ILHA


Luiz Carlos Amorim


Essa ilha catarina

cercada de sol por todos os lados,

é a terra prometida,

o paraíso de areia.


A natureza, generosa,

deu as praias mais bonitas

a este pedaço de chão.

E deixou que eu, poeta,

me quedasse à beira-mar

para sonhar esperanças,

para cantar a belezasem igual da capital.


Florianópolis antiga,

ao mesmo tempo menina,

capital da natureza,

da magia e da beleza.

segunda-feira, 22 de março de 2010

DIA MUNDIAL DA ÁGUA

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Anteontem foi o dia do início do outono, ontem foi o dia internacional da poesia e hoje é o Dia Mundial da Água. Não vou continuar falando só das comemorações de cada dia, mas do Dia da Água não dá não dizer nem que seja apenas uma palavrinha.
Como já disse em outras oportunidades, estamos cuidando muito mal do nosso planeta, do nosso meio-ambiente, do lugar em que vivemos. Estamos cuidando muito pouco ou quase nada da nossa água, nem diria só da água doce.
A água é vida, para nós, seres humanos. Se não houver água, nós não existiremos. E nós insistimos em poluir os rios e o mar, jogando lixo, desaguando esgoto, envenenando a nossa água.
Quando vamos aprender? Quando for tarde demais? Já não chega os tantos rios mortos que cortam as nossas cidades, alguns até escondidos em galerias, pois o ser humano sente vergonha, mas não se emenda.
A água de nossos rios está tão poluída que o tratamento pelo qual ela passa, para ir para nossas casas e podermos bebê-la, já quase não está conseguindo limpá-la, torná-la potável. Isso é muito grave. Já é temerário beber água da torneira.
Precisamos nos conscientizar de que, se inutilizarmos a água que ainda temos, ela não vai se filtrar sozinha para voltar para nós. A natureza é generosa, mas ela tem limites. E temos vista que ela se rebela, com tanto desrespeito, tanta irresponsabilidade.
Então, temos que nos unir em volta do planeta para proteger a água. Sem ela não há futuro. Mas isso todos nós sabemos. Então, por que não fazemos nada?

domingo, 21 de março de 2010

VIVA A POESIA

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://prosapoesiaecia.xpg.com.br/

Então hoje é o Dia Internacional da Poesia. E há que se comemorar produzindo e lendo versos, pois o mundo atual, tão corrido e tão violento, precisa da sensibilidade e do lirismo da poesia. O ser humano precisa cultivar a poesia, para não se deixar endurecer mais ainda, para não deixar de ser gente.
O Grupo Literário A ILHA existe há trinta anos com o objetivo principal de divulgar a literatura, principalmente a poesia, talvez o gênero mais produzido atualmente e, paradoxalmente, o que menos vende. Através de meios como a publicação da revista Suplemento literário A ILHA, também completando o seu trigésimo ano de circulação, do Varal da Poesia, depois Poesia no Shopping, do Recital de Poemas, do portal Prosa, Poesia & Cia, na internet (http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/), do Projeto Pacote de Poesia, do Projeto Poesia na Escola, do Projeto Poesia Carimbada, do Projeto O Som da Poesia e da publicação de livros e antologias, através das Edições A ILHA, o grupo chega ao leitor ao longo de todos esses trinta anos, levando a obra poética de poetas já conhecidos e de novos autores.
Ao contrário do que alguns pensam, a poesia é necessária. Como deixar fluir a alma através das pontas dos dedos, a não ser pela criação de um poema? A poesia é sentimento, é emoção, é coração. Como sermos humanos sem tudo isso? É a poesia que traduz tudo isso.
A poesia é mágica, como já disse Quintana – e quem mais poderia dizê-lo? – como neste poema que toma a liberdade de transcrever:
Os poemas são pássaros que chegamnão se sabe de onde e pousamno livro que lês.Quando fechas o livro, eles alçam vôocomo de um alçapão.Eles não têm pouso nem porto; alimentam-se um instante em cadapar de mãos e partem.E olhas, então, essas tuas mãos vazias,no maravilhado espanto de saberes que o alimento deles já estava em ti...
Que mais posso eu dizer? E viva a poesia, e viva Quintana, e viva nós, poetas e blogueiros. Porque ontem foi o dia dos blogueiros, acabei de saber pela minha amiga Regina.

sábado, 20 de março de 2010

HOJE COMEÇOU O OUTONO


Por Luiz Carlos Amorim – Escritor - http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/
E hoje começa o outono. Aliás, já começou. Gosto do verão, mas esse último foi muito quente – quente demais – choveu muito, aconteceram muitas tempestades, muitas catástrofes, até em outras regiões do mundo que não tinham o mesmo clima que tínhamos aqui no Brasil.
Mas finalmente chega o outono e o tempo vai amenizar, estamos entrando na meia-estação. Poderemos nos vestir melhor, poderemos fazer atividades várias sem suar em bicas, sem precisar estar ligando ventiladores, condicionadores de ar, etc.
As árvores, algumas delas, começarão a perder as folhas, a paisagem não será tão bonita como na primavera, mas em alguns lugares, pelo menos aqui pelo sul, temos plátanos, e eles ficam lindos nessa época.
E em junho, no final da estação, começam a florescer o jacatirão de inverno ou manacá-da-serra, as paineiras, as azaléias e por aí afora. E dá-se a passagem do outono para o inverno da maneira mais bela possível.
Então, seja bem-vindo, outono, com temperaturas mais aconchegantes e com clima bom para aproximar mais as pessoas. Noites mais frescas, boas para reuniões para degustação de bons pratos, boas bebidas, bons vinhos.
Tempo de mais abraços, mais carinhos, mais amores.

sexta-feira, 19 de março de 2010

NOVA LEI DE DIREITOS AUTORAIS

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/

Amigos, antes da crônica, quero pedir desculpas por não postar nada ontem, é que fiquei sem internet na quarta e devo ficar sem até a próxima semana. Sou assinante da internet da Net de São José, que impõe aos assinantes o provedor Netbind. A televisão da Net eu já descartei, assino outra coisa. Agora preciso me livrar de um contrato de "fidelidade", que eu nem sei sei se é válido, mas não posso ir ao Procon nessa sexta porque é feriado na cidade. Portanto, vizinhos de São José, não assinem internet da Net que é bucha. É ruim, lenta e vive saindo do ar. Sem contar que o atendimento também é péssimo. Estive em contato com eles ontem e na quarta, atenderam mal e não resolveram nada.
Agora que já desabafei, vamos à crônica:

Volta à baila as alterações na Lei de Direito Autoral. Em abril, finalmente, a Casa Civil deve apresentar o texto com as mudanças e ainda naquele mês, conforme o Ministério da Cultura, ele deve estar na internet para consulta pública, para depois ir ao Congresso.
Já falamos dessa nova Lei de Direitos Autorais. O governo quer criar, com a nova lei, o Instituto Brasileiro de Direito Autoral. A nova entidade deverá “fiscalizar e dar transparência à atuação dos órgãos arrecadadores”. Mas os artistas que têm direito de receber por eventuais reproduções de suas obras não concordam com a boa intenção do novo IBDA, vendo nele, isto sim, a intervenção do Estado em negócio de direito privado.
A verdade é que a arrecadação de direitos autorais está bem bagunçada e não tem, atualmente, controle algum. Reclama quem paga, porque as regras não são claras, e reclama que deveria receber e não recebe o que deveria.
Vejamos alguns aspectos abordados na lei que dizem respeito aos produtores de texto, que é o que interessa mais a nós, escritores e jornalistas.
Pela lei vigente, de 98, copiar um livro inteiro não é permitido, apenas trechos. A nova lei esclarece e registra pontos óbvios: se eu faço cópia para uso privado – cópia de uma obra comprada por mim, legitimamente – posso copiar o livro inteiro que não há problema, não é crime. Assim como já acontecia com os CDs: eu podia copiar aqueles que eu comprei, para uso próprio. Por falar nisso, também será permitido copiar livro ou disco com edições esgotadas.
A fotocópia será alvo de um capitulo distinto na nova lei, e já é tempo, pois tem a ver com as cópias de livros já mencionadas. Baixar músicas, livros e filmes da internet, a não ser legalmente, por compra, continuará sendo crime.
Este item da nova lei me deixou intrigado: as empresas de comunicação também terão suas regras: “um jornal só terá direitos sobre um artigo publicado de um jornalista durante 20 dias.” Quer dizer que, se um jornal publicar um artigo ou crônica minha, eu teria que pedir a ele, dentro de vinte dias da publicação, para usar o texto em outro lugar?
Não vi o “projeto” de lei na íntegra”, mas ninguém falou nada sobre as famigeradas apostilas.
Vamos ver como é que fica.

quarta-feira, 17 de março de 2010

DE TRENS E DE "NÉS"


Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/

Dia deste falei da visita que fiz ao amigo escritor Flávio José Cardozo, quando ele me presenteou com cambucás maduros e me apresentou ao seu pé de cambucá. Eu havia levado meus livros “Borboletas nos Jacatirões” e “Aphrodite e as cerejeiras japonesas” e ele me deu “Batuque bem temperado”, obra dele em parceria com Jair Francisco Hamms. Vocês se lembram?
Pois estou lendo o livro e, sem favor, nenhum, estou achando a leitura o máximo. Os dois escritores têm um estilo parecido – não estou dizendo, absolutamente, que eles têm o mesmo estilo, pois isso não existe – pegam o cotidiano e transformam em literatura, em interessantes crônicas e também têm um senso de humor fino e sutil. Dá gosto ler os dois.
Não terminei o livro ainda, parei para escrever esse comentário, pois quase lá pelo meio dele, deparei-me com a crônica “Um apito de trem”. É uma crônica espetacular e fala de trem, uma coisa que, como disse em uma crônica recente publicada na Notícia e aqui no blog, povoou toda a minha infância, pois a estrada de ferro era a mola propulsora da minha pequena Corupá. Eu morava perto dos trilhos e perto de rios, então andava nos trilhos para ir para a escola, para ir tomar banho de rio, viajava de trem, ouvia o apito de manhã, de tarde e de noite e até de madrugada.
Como o Flávio disse, o som do apito de trem transporta a gente para outros lugares, é quase um túnel do tempo para um passado já distante, para uma época feliz e despreocupada. É, de fato, um som especial. Um som que tem o poder de trazer aquele coração menino à tona. Um som que traduz um pouco a palavra saudade. Difícil, mesmo, explicar com palavras.
Mais adiante, leio “É coisa, né”, onde o Flávio fala do uso indiscriminado da palavra “coisa” e da menina Maria Jandira, sua vizinha, que insistia em chamá-lo de “seu Coisa”. Confesso que ri sozinho. Muito maneiro, como diria meu sobrinho de seis anos. Mas foi na parte da crônica em que ele fala do “né”, que eu me identifiquei com o texto, porque achei que era só eu que, quando via os telejornais, principalmente locais, ficava contando os “nés” que os entrevistados diziam. Achei muito engraçado a menção ao fato, coisa que eu nunca pensei em escrever e o Flávio fez tão bem.
Então o livro foi um grande presente. Está recheado de textos deliciosos. Os dois escritores estão muito bem juntos, nesse “Batuque bem temperado”. Vale a pena ler.

terça-feira, 16 de março de 2010

O LIXO DA CAPITAL

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Os cidadãos florianopolitanos foram bombardeados, hoje, com a notícia de que metade da frota de caminhões da Comcap – empresa que faz a coleta de lixo na capital e que é controlada pela Prefeitura Municipal de Florianópolis.
A justiça determinou o leilão dos caminhões de coleta e mais outro tanto de outros veículos da empresa, em decorrência de uma dívida astronômica que não é paga há mais de dez anos, apesar de haver sentença condenando a Comcap a pagar. O presidente da entidade disse, hoje, em entrevista na televisão, que a dívida não foi paga porque havia divergência de valores.
Ora, poderia haver a tal divergência, mas a prefeitura ou Comcap – que no fim das contas é a mesma coisa – deveria ter separado o dinheiro para pagar, mais cedo ou mais tarde, porque a população paga todo ano a taxa de lixo. Se não tinham dinheiro para pagar, a ponto de a justiça ter que mandar leiloar os caminhões que são usados para realizar a atividade principal da empresa, há alguma coisa errada.
E, volto a repetir, seria engraçado se não fosse trágico: a prefeitura da capital tinha dinheiro para pagar uma árvore de natal de quase quatro milhões de reais, pagou dois milhões e não sei quanto pelo show de um cantor lírico internacional que não foi realizado, entre outras gastanças, e para pagar essa dívida, não havia dinheiro?
Há alguma coisa muito podre no reino.

segunda-feira, 15 de março de 2010

DANÇAR, DANÇAR, DANÇAR...

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

A escritora Sonia Alcalde, colega no Coojornal do portal Rio Total, da nossa amiga comum Irene Serra, escreveu essa semana sobre trabalho, que não podemos parar nunca, temos que estar sempre fazendo alguma coisa, senão a gente morre. E é verdade. Minha vó Paula, enquanto morava em uma casa e tinha o seu jardim, a sua horta, vivia forte e feliz. Depois que mudou-se para um apartamento, sem muito o que fazer, assistia televisão e fazia tricô. Morreu em dois ou três anos.
Então eu cá, concordo com a Sonia e, aposentado que estou, escrevo, mas não só. Além de editar as revistas Suplemento Literário A ILHA e Mirandum, de fazer a atualização do portal Prosa, Poesia & Cia. do Grupo Literário A Ilha, do qual sou coordenador e de atualizar meu blog, faço hidroginástica, faço caminhada, faço musculação e faço aulas de dança. Não dá pra parar.
Ontem, ao voltar de uma prática na nossa academia, me propus a escrever de novo sobre dança, mas já era tarde e deixei pra hoje. E então li a crônica da Sonia, o que me lembrou do que eu tinha me proposto escrever.
Pra reforçar, um caderno de saúde me cai sob os olhos, já de manhã, adivinhem sobre o que? Dança: “dançar emagrece, tonifica os músculos, melhora a condição cardiorrespiratória e alivia o estresse”. Verdade, mas é só isso. Dançando, a gente se diverte e conhece mais pessoas, faz novas e boas amizades, melhora o bom humor, aumenta a auto-estima.
Sei que o começo, para quem acha que não sabe nada de dança, mas morre de vontade de aprender, pode parecer difícil. Mas não é. Temos professores muito bons em todo lugar e eles começam devagar, no passo-a-passo e quando a gente vê, já está dançando. Que o diga Renata, nossa competente professora de dança de salão.
Até eu, que tenho dois pés esquerdos já danço um pouquinho... Sou muito ruim ainda, mas já danço um tantinho.
Então, só há vantagem em aprender a dançar. Além de todas as vantagens que já foram apontadas, encontro outras no referido artigo: “a prática regular melhora a circulação sanguinea, , a qualidade do sono, trabalha a coordenação motora, a percepção espacial, a memória.”
E socializa, pois quem dança tem sempre aonde ir e com quem ir. Então, amigos, vamos dançar, não interessa a idade que temos. Dançar é vida.

sábado, 13 de março de 2010

AS NOVAS E AS VELHAS BIBLIOTECAS

Lendo, há algum tempo, notícia sobre a Lei do Livro, de autoria do senador José Sarney, lembrei-me da necessidade de as bibliotecas municipais e escolares terem, em seus acervos, os clássicos da literatura brasileira e portuguesa e também as obras de autores contemporâneos. É de importância vital que as bibliotecas das escolas tenham clássicos como as obras de José de Alencar, Machado de Assis, Joaquim Manoel de Macedo, Bernardo Guimarães, Aluísio de Azevedo, Graciliano Ramos, Érico Veríssimo e outros autores representativos, pois do contrário, os pais de alunos de primeiro e segundo grau vão continuar tendo que comprar esses livros, além de títulos de autores atuais, no enxoval de seus filhos, todo ano. E sabemos que é pesado, muito pesado para a maioria dos pais que têm filhos na escola pública, comprar diversos obras que são pedidas a cada ano, para as aulas de língua e literatura, além dos livros didáticos, todo o material escolar, uniforme, etc.
Muitas escolas e muitas cidades, pelo Brasil afora, nem sequer têm biblioteca. Muitas bibliotecas existentes em algumas escolas e em algumas pequenas cidades do interior (e nas grandes, também!), têm um acervo de livros antigos, dificilmente atualizado, por falta de recursos ou repasse de recursos para isso. Moro numa capital e vejo isso há um bom tempo: não adianta procurar um lançamento, um título novo na biblioteca municipal ou estadual, que dificilmente o encontraremos.
Nas escolas, o professor pede um livro que a biblioteca da escola não tem e o aluno vai procurar na biblioteca municipal, se ela existir, e pode não encontrá-lo lá, também, tendo que comprá-lo. Muitas bibliotecas escolares e municipais, aumentam seus acervos com doações. Eu mesmo já doei muitos livros para iniciar ou ampliar algumas bibliotecas de escolas do interior, pois quando a gente muda de uma casa para apartamento, acaba não tendo espaço para guardar todos os livros.
Há alguns anos, o MEC distribuiu livros para os alunos da quarta e quinta séries do primeiro grau das escolas públicas – cinco títulos de clássicos para cada aluno – e trinta para as escolas começarem uma biblioteca ou ampliar onde já existia uma. Isso deveria ter dado um impulso na criação de novas bibliotecas em escolas de todo o país, o que na verdade não aconteceu. Com a nova Lei do Livro, uma política nacional do livro que determina que “a União, os estados e os municípios passem a destinar verbas anuais para construir novas e manter as atuais bibliotecas públicas do país” teria vindo em muito boa hora, para que nenhuma cidade fique sem um lugar apropriado onde localizar os clássicos e também novos lançamentos do mercado. E para que pais não tenham que comprar livros que não podem pagar e os filhos não acabem lendo apenas resumos das obras.
Infelizmente, como tantas outras leis, essa também não está sendo cumprida à risca.

sexta-feira, 12 de março de 2010

SKOOB - REDUTO DE LEITORES

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/


Volto sempre a minha página no site Skoob, para atualizar minha lista de livros lidos, publicar alguma resenha do que li, completar o perfil.Alguém conhece o Skoob? Pois é uma rede social sobre livros, para que a gente compartilhe impressões a respeito do que temos lido. Fica em www.skoob.com.br e o acesso é gratuito.
Lá, na página minha estante, o usuário relaciona tudo o que leu, o que está lendo, o que vai ler, o que vai reler, o que começou a ler e abandonou, os títulos que tem, independentemente de ter lido ou não, os favoritos, o que não leu ainda mas quer ler, o que quer trocar e o que emprestou.No Skoob a gente pode cadastrar novos livros, se dentre os que já lemos existir algum que não está, ainda, no acervo. Podemos publicar resenhas de livros que já lemos, podemos também fazer avaliação das obras cadastradas.Nas páginas de cada livro cadastrado, podemos encontrar os usuários do site que já leram a obra, as diferentes edições, se houver, daquele livro, os livros similares, aqueles que tratam sobre o mesmo assunto (ou plágio?) e uma página de troca, para oferecermos obras que queremos trocar.Aliás, você pode comprar livros em lojas virtuais diretamente das páginas do Skoob.
Podemos, também, integrar nossa página do site ao twiter, para que tudo o que fizermos no Skoob apareça no nosso endereço do microblogger.E como em qualquer outro site de relacionamento, podemos adicionar amigos, receber e enviar recados, seguir e ser seguidores.
Então, se você não é cadastrado no Skoob – percebeu que o nome do site é a palavra “books” (livros, em inglês), ao contrário? – e gosta de livros, de ler, de comentar suas leituras, receber sugestões, ler comentários sobre obras, vá lá e cadastre-se.
Eu estou lá. Muitos estão lá. É um reduto de leitores. A gente se encontra lá.

quinta-feira, 11 de março de 2010

A POESIA E AS CIDADES

Por Luiz Carlos Amorim - Escritor - http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/

A poesia é necessária? Sei que essa pergunta já foi feita muitas vezes e a resposta pode ser diferente, dependendo de quem responde. Eu responderia que ela é, sim, necessária, porque ela faz parte da vida da gente, ela pode ter um papel importante dentro da comunidade, ela pode ser moradora expressiva e atuante de uma cidade. Senão vejamos: por quase vinte anos, “os poetas da praça” do Grupo Literário A ILHA participaram da vida cultural do norte catarinense, levando a poesia para a rua, para a praça, para a escola, para o shopping, para o banco, para os bares, para os palcos, para todos os lugares. Dizer que participaram talvez seja dizer pouco, pois eles se tornaram tradição e referência poéticas, eles eram parte e, às vezes, o todo da cultura de uma cidade como Joinville, onde tiveram sua sede por dezenove anos.
O grupo foi presença marcante na Feira de Arte de Joinville , mês após mês, com o Varal da Poesia e o Recital de Poemas, além de levar estes mesmos trabalhos, com regularidade, também às feiras de arte de Jaraguá do Sul e São Bento do Sul, e com menor freqüência a outras cidades do estado.
O Varal da Poesia especial, com dezenas de poemas sobre dança e dançarinos, foi durante quase duas décadas, um evento paralelo integrado ao Festival de Dança de Joinville. Na praça e depois em out-doors, com o Projeto Poesia na Rua, o Grupo Literário A ILHA espalhava poesia pela cidade. Além do Varal da Poesia e do Recital, o grupo realizava outros projetos, como Sanfona Poética, que reunia numa folha dobrada três vezes, meia dúzia de poemas de um mesmo autor ou de vários, que eram distribuídos aos visitantes da feira de arte gratuitamente. Também foi popular o projeto Poesia Carimbada, que consistia em carimbos que estampavam poemas completos e podiam ser impressos em qualquer superfície, fosse caderno, livro ou papel solto.
Outro evento tradicional do qual o Varal da Poesia já era parte inseparável é a Festa das Flores da Cidade das Flores. Um varal especial, com cerca de meia centena de poemas sobre flores e sobre Joinville ocupava um stand na grande festa, por anos a fio, cantando a beleza e o perfume de todas as flores, sob o ponto de vista de vários poetas da praça. A divulgação mais eficiente do trabalho do Grupo Literário A ILHA e a ligação da palavra poesia com o nome da cidade adveio da visitação do varal da poesia por visitantes de vários pontos do país, que vinham para o Festival de Dança e para a Festa das Flores. E a cidade passou a ser também a Cidade da Poesia.
Além disso, com o apoio de comunicadores do rádio, nos anos oitenta e noventa, os poetas do Grupo A ILHA colocaram a poesia no ar, em programas como Show das Dez e Fim de Noite. E mais, os poetas da praça levaram a poesia também aos jornais e à televisão, em colunas assinadas por integrantes do grupo e em programas no canal local, quando de encontros e lançamentos de livros, popularizando um gênero até então maldito, pois não vendia livros.
Hoje, infelizmente, os espaços para a poesia inexistem no rádio, na televisão e até nos jornais.
Os poetas da praça, no entanto, continuam batalhando para manter alguns dos espaços que conquistaram, como a revista do Grupo, o Suplemento Literário A ILHA, que como o grupo, completa trinta anos de existência em junho deste ano, como o Varal da Poesia, que evoluiu para o Projeto Poesia no Shopping, e lançando mão do espaço democrático que é a Internet, com um portal literário, PROSA, POESIA & CIA, em http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/ e, ainda, a publicação de livros.
As cidades da nossa Santa e Bela Catarina sempre valorizaram a poesia de seus poetas das praças, por isso aos trinta anos de atividades do Grupo A ILHA devem se somar muitos mais ainda. Os projetos existentes vão se adequando às mudanças que o progresso traz e novos projetos vão sendo colocados em prática para a divulgação da poesia, pois ela precisa chegar até os leitores sensíveis e românticos, que graças a Deus existem nas nossas cidades. Eles não são tantos quanto desejaríamos, mas existem e o nosso trabalho é encontrá-los.
O advento das feiras do livro, com número crescente a cada ano por todo o estado (e pelo Brasil, também), fez com que um projeto como o Recital de Poemas, por exemplo, fosse repensado para vestir nova roupagem. Em conversa com editores e livreiros, durante uma edição da Feira do Livro de Florianópolis, o projeto ganhou mobilidade e continuidade: os poetas da praça, além de autografar seus livros nas próximas feiras, aproveitarão o espaço e a concentração de público interessado em literatura, para declamar poesia pelos corredores.
A idéia foi trabalhada e amadureceu a partir dos contadores de histórias e tocadores de instrumentos musicais, que vimos no meio do público na feira de rua e na feira no shopping, oferecendo historias infantis e música aos visitantes.
E assim, estaremos nos aproximando ainda mais dos moradores de nossas cidades, mostrando-lhes que a poesia existe e que ela não é leitura de meia dúzia de intelectuais. Sempre defendemos que precisamos colocar a poesia nos ouvidos, nos olhos e no coração do leitor, seja com o varal, com os out-doors, com declamação, com as publicações, o que for, para que ele descubra se gosta ou não. Alguns descobrem que gostam. E é através desses leitores que se deixam invadir pela poesia, que ela passa a fazer parte da cidade.

quarta-feira, 10 de março de 2010

CORUPÁ E O TREM

Estação Ferroviária de Corupá Hoje

Estação Ferroviária de Corupá antiga

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/

Nas minhas visitas a Corupá, minha cidade natal, tenho feito descobertas, ido em lugares onde nunca tinha ido quando morava lá. Descobri cachoeiras, rios, recantos os mais bonitos, subi morros, colhi frutas no pé como quando era menino.
Vi que a cidade cresceu, apesar de continuar tranquila como antes. O comércio e a indústria se desenvolveram, a população cresceu, embora algumas das pessoas que moram na cidade trabalhem em Jaraguá. Isso, de qualquer maneira, trouxe crescimento para Corupá, porque os trabalhadores construíram boas casas lá e urbanizaram áreas onde antes não havia nada.
A BR 280, entre Jaraguá e Corupá, construída há poucas décadas, contribuiu para uma maior visibilidade da Cidade das Cachoeiras, ainda que as cachoeiras só viessem a ter acesso quase no final do século passado.
Mas por muito tempo, a cidade se manteve pela sua agricultura – banana foi e talvez ainda seja o principal produto de lá – e pela presença da Rede Ferroviária Federal, que dava trabalho a muitos dos moradores e transportava não só cargas, mas também passageiros, desde Curitiba até São Francisco. Minha mãe, meus avos, meus tios trabalharam na ferrovia.
Bons tempos, aqueles, nos anos sessenta e setenta, quando íamos a Jaraguá, São Bento, Joinville, a Mafra, a Curitiba, de trem. Levávamos o dia inteiro para chegar até Curitiba, mas era divertido.


Em décadas passadas, quando eu nem era nascido, a estação ferroviária de Corupá era muito movimentada, pois o fluxo de passageiros era muito grande e o lugar se transformava em ponto de encontro.
Quando eu era menino ainda vi muita Maria Fumaça. Morei na minha adolescência quase ao lado estrada de ferro, perto de onde era o hospital. E lembrar o trem passando, a Maria Fumaça resfolegando, as locomotivas apitando, a litorina chegando e saindo, são imagens românticos de trem que povoaram parte da minha vida.
Viajei muito nos trens e na litorina, inclusive quando já era adulto e trabalhava em Joinville.
Hoje a ferrovia funciona apenas com cargas, mas já não tem o encanto de outrora.

terça-feira, 9 de março de 2010

CRUZ E SOUSA NA SENZALA

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Parece que não vai ser neste aniversário da morte do nosso poeta maior – 19 de março - Cruz e Sousa, que inaugurarão o Memorial, nos jardins do Palácio que leva o seu nome, no centro da capital, e que abrigará os seus restos mortais, trazidos do Rio de Janeiro, em novembro de 2007.
O Memorial em homenagem ao poeta tinha inauguração prevista, na época, para o ano seguinte, 19 de março de 2008. Mas só agora, dois aniversários depois é que estão começando, de fato, as obras de construção.
Isso sem contar que o local para construir o referido Memorial parece ter sido escolhido por quem não sabe nada da história nem do poeta nem da cidade.
Li, recentemente, na coluna de Carlos Damião, uma nota sobre o caso. O colunista registra comentário da historiadora Sara Regina dos Santos: “Vendo que os ossos do poeta ficarão nos jardins do Palácio Cruz e Sousa, vejo, sem querer ser racista, que quem decidiu colocar ali o poeta não lembrou ou nada sabia da nossa História: no local do mausoléu, em priscas eras, estava a velha senzala do Palácio projetado por Silva Paes. Vão levar o poeta novamente para senzala! Grande Homenagem!”
Pois é. A historiadora acha que “uma homenagem coerente seria a construção do Memorial na rua Marechal Guilherme (nome do militar que criou o poeta), nas proximidades da Igreja do Rosário. Ele estudou numa sala do templo”.
Terrível, não? Até depois de morto. Ele não merece isso.

domingo, 7 de março de 2010

A PRAÇA SEM POESIA


Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/

Relendo edições mais antigas da revista do Grupo Literário A ILHA e somando-se a isso o fato de que este mês é mês de aniversário de Joinville, deu-me uma saudade danada dos bons tempos em que fazíamos o Varal da Poesia nas feiras de arte e artesanato de Joinville, São Francisco do Sul, Jaraguá do Sul, São Bento do Sul, etc, etc.
Na feira de arte de Joinville os poetas da praça já eram tradição: havia quem não perdesse o segundo sábado de cada mês para ver os novos poemas dos integrantes do grupo.
Hoje o varal se modernizou, transformou-se em “Poesia no Shopping”, para se adequar aos novos tempos. Mas não é a mesma coisa. O poema escrito a mão em uma cartolina, com ilustrações coloridas, pendurado em varal com grampos, feito roupa, balançando ao sabor do vento, como a acenar para o caminhante que passava, convidando para ser lido, não se compara aos cartazes feitos em computador, verdadeiros banners, exibidos em biombos ou painéis em espaços nobres de shoppings. Esses últimos, tão bem feitos e comportados não têm o romantismo do antigo varal da poesia, que estava sempre “acompanhado” pelos próprios autores dos poemas, numa verdadeira integração autor/leitor.
A feira de Joinville ficou reduzida à feira de artesanato e não tem mais o Varal da Poesia, desde que os poetas da praça tiveram que parar de participar, porque não podiam prender os fios nos postes ou nas árvores da praça, conforme proibição da prefeitura municipal. Um outro grupo de poetas da cidade, ligado à cultura oficial até tentou ocupar o espaço que deixamos, mas logo em seguida a poesia desapareceu definitivamente da feira.
Foi esse varal que, colocado no meio do caminho das pessoas, fez com que muitos transeuntes que nem conheciam poesia, passassem a gostar dela. Foi o começo da popularização da poesia, em nosso estado, um trabalho que continua até hoje. Depois dele veio o Recital de Poesia, levado com o Varal a escolas, festas, bares e museus, o projeto Poesia na Rua, que estampa poemas em out-doors pelas ruas da cidade e o Projeto Poesia Carimbada, impressão instantânea de poemas em qualquer superfície. Isso sem contar a revista Suplemento Literário A ILHA, que já está na sua edição número 100, as antologias e livros publicados pelo grupo.
Mas o que dá saudade mesmo é aquele Varal da Poesia artesanal, humilde, mas vivo, pleno de inspiração e alcançando o seu objetivo de levar a poesia até o leitor. Agora, literatura e poesia na Praça Nereu Ramos, só na Feira do Livro da cidade.

sábado, 6 de março de 2010

FLORIANÓPOLIS OU NÃO FLORIANÓPOLIS




(Lagoa da Conceição)

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/

Estão desenterrando a neura da mudança de nome de Florianópolis, de novo. Rubem Alves publicou uma crônica na Folha, tocando no assunto e a polêmica voltou à baila.
Eu, particularmente, acho injusto a cidade ter o nome de Florianópolis em homenagem ao marechal Floriano Peixoto, de triste lembrança, pelos catarinenses fuzilados na Ilha de Anhatomirim, em 1894.
Mas a cidade é conhecida no Brasil e no exterior por esse nome, então uma mudança complicaria um pouco a vocação turística da capital. Todos nos acostumamos com o nome, tornou-se um nome bonito e não precisamos ligá-lo ao fatídico marechal.
Não é mais oportuno, poderia ter sido há bastante tempo atrás. Mas agora não mais. Florianópolis é sinônimo da cidade com as praias mais bonitas do sul do Brasil, Florianópolis tem a Lagoa da Conceição, Florianópolis tem a Ponte Hercílio Luz, Florianópolis tem a Beiramar norte, Florianópolis tem a centenária figueira da Praça XV. Como desvincular tudo isso de um nome que firmou-se por todas essas belezas, pelo seu povo manezinho, simpático e acolhedor, com seu jeito único de falar?
Não dá. Nenhum nome substituiria Florianópolis com vantagem. Precisamos esquecer de Floriano Peixoto e lembrar que nossa cidade é sinônimo de beleza, de natureza, de gente boa e cuidar mais, isto sim, da nossa ilha Catarina, cuidar do mar e do chão privilegiado, cuidar deste chão abençoado. Cuidar mais da nossa capital (ilha e parte do continente) que têm sido negligenciada até aqui, com construções em áreas de risco, com esgoto saindo nas praias, com violência aumentando, com a droga se espalhando.
Temos um paraíso nas mãos e precisamos cuidar dele e não mudar o seu nome.

sexta-feira, 5 de março de 2010

O FECHAMENTO DA PRAÇA XV (II)


Por Luiz Carlos Amorim – Escritor - http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/

Escrevi, no início da semana, sobre a polêmica pretensão da prefeitura da capital de fechar a Praça XV, um dos cartões postais de Florianópolis, queiramos nós ou não. Mencionamos o fato de que o poder público deveria, sim, iluminar melhor a praça e colocar policiamento lá, pelo menos à noite. Que fecha-la, simplesmente, não resolveria o problema. Que a prefeitura gasta muito dinheiro em outras coisas sem tanta prioridade e que precisaria investir mais na segurança dos cidadãos.
Pois alguém andou lendo o blog, pois hoje foi divulgado, no jornal do almoço, que a prefeitura voltou atrás, que ela colocará iluminação adequada e também policiamento e que não precisará, assim, chegar ao extremo de interditar um local tão popular de Florianópolis.
É também pra isso que o blog serve, para sugerir soluções, chamar a atenção para o que não está certo, provocar reflexão e discussão.

quinta-feira, 4 de março de 2010

CAMBUCÁS DE PRESENTE


Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br/

Alguém se lembra da crônica na qual falei do único e pequeno cambucá que consegui encontrar em Corupá, há umas duas semanas atrás? Pois meu amigo Flávio José Cardozo leu a crônica e me convidou a visitá-lo, pois na casa dele há um cambucazeiro e, apesar de já estarmos em março, ele ainda tinhas alguns frutos.
E fui lá hoje, com minha esposa e sobrinho. Fomos recebidos muito bem, pelo Flávio, sua esposa e sua filha, com toda aquela simpatia que é característica deles e ganhei vários cambucás maduros, até colhi eu mesmo um.
É um belo, belíssimo pé de cambucá o do Flávio e ainda tinha até alguns frutos verdes. De maneira que estou feliz, hoje, pois matei a vontade de comer cambucás. Comi vários deles, me fartei daquele sabor inesquecível de infância e agradeço ao Flávio por me dar essa possibilidade de voltar a ser menino de novo.
Além dos cambucás, é claro que tive a oportunidade da companhia e da papo agradáveis do Flávio e da família dele, pelo que também agradeço. De quebra, ainda ganhei o livro “Batuque bem temperado”, crônicas do Flávio e do Jair Francisco Hamms. Literatura da boa, que começo a ler hoje mesmo.
Os cambucás, eu os comi, estavam uma delícia. As sementes, vou plantá-las no meu jardim, para um dia ter meu próprio pé de cambucá. Enquanto ele não produzir, eu visito os amigos que tem cambucazeiro em casa, como o Flávio, para matar essa saudade da infância e essa vontade de sentir o gosto agridoce e único do cambucá, que eu não sentia há tanto tempo, coisa de mais de quarenta anos.

quarta-feira, 3 de março de 2010

VALDO E AMOR POR JOINVILLE

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Na última sexta-feira, dia 26 de fevereiro, deparei-me com a matéria “O orgulho joinvillense na aula”, no jornal A Notícia. Trata-se do trabalho de uma professora que, inspirada no tema do Caderno de aniversário do jornal, “Ser Joinvillense é...”, levou os alunos a desenvolver uma continuação da reportagem, fazendo desenhos baseados em “amar é...”, vocês se lembram? Muitas declarações de amor à Joinville, valorizando o que a cidade tem de melhor.
Pois a professora que fez o belo trabalho é Marisa Schiochet, conterrânea minha, que com sua competência e dedicação dá a qualidade que a educação brasileira precisaria ter. Isso me orgulha muito.
Mais fotos do trabalho de Marisa estão no seu blog http://marebrisadosaber.blogspot.com.
Ela deve ter ficado super feliz com o reconhecimento do seu trabalho, mas nos últimos dias está muito triste, ela e toda a sua família, pois morreu um grande amigo, Valdecir João Vieira, conhecido como Valdo. Ele era um ciclista aventureiro, que já tinha cruzado de bicicleta o Brasil todo, do Oiapoque ao Chuí e agora estava em uma volta ao mundo. Voltaria ao Brasil em 2013, mas morreu no final de fevereiro no México.
Valdo tinha muitos amigos e ele era um grande amigo da família de Marisa. Sei que eles devem estar sofrendo muito e sou solidário com a dor deles. Não conhecei Valdo, mas ganhei de Marisa um livro dele, “Pedalando Solitário”, onde ele conta sua trajetória do Oiapoque ao Chuí.
Minha homenagem ao Valdo, e que a sua caminhada pela paz faça a gente refletir.

terça-feira, 2 de março de 2010

O FECHAMENTO DA PRAÇA XV

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor - Http: //www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Pois não querem fechar a Praça XV? Essa história surgiu
ontem ou no final de semana, não sei bem, justo agora, perto do aniversário de Florianópolis. A justificativa é que não há segurança na praça, à noite.
Por que não iluminar melhor a praça e colocar policiamento para evitar que indivíduos indesejáveis circulem por lá? Sabemos que acontecem cenas pornográficas lá, que drogas são consumidas e traficadas, etc. Mas se houvesse ronda policial, se houvesse mais iluminação, isso seria coibido.
Será que a prefeitura da capital não tem dinheiro para pagar uma iluminação melhor e agentes de segurança, policiais, para guardarem a praça?
Engraçado, pois havia dinheiro para pagar uma fortuna pela árvore de Natal de Beiramar, lembram-se? Quase quatro milhões de reais. Mais dois milhões e meio de reais para pagar o show de Andréa Bocelli, espetáculo que nem foi levado a efeito. Foi pago, mas não aconteceu.
Com todo esse dinheiro, quantas creches poderiam ser construídas e mantidas, para que mães não tenham que deixar de trabalhar para cuidar de seus filhos? Quantas salas de aula poderiam ser construídas e quantos professores poderiam ser pagos por um bom tempo?
Então, há o que fazer, sim, sem ter que fechar a Praça XV, cartão postal da cidade, na véspera do seu aniversário. O problema pode, sim, ser resolvido, de uma vez por todas. Falta vontade e bom senso, falta competência na administração da cidade e dos impostos que pagamos.

segunda-feira, 1 de março de 2010

LIVRO (DE PAPEL) EM ASCENSÃO

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor – Http://www.prosapoesiaecia.xpg.com.br

Com a chegada ao Brasil dos leitores de texto digitais, como Kindle e o novo da Aplle – existe até um tupiniquim, já – instalou-se de novo a polêmica da previsão da queda do livro impresso.
O engraçado é que, mesmo rolando aos quatro ventos o anúncio do fim do livro, a verdade é que as vendas dos volumes tradicionais, impressos, está em ascensão. Levantamento da Associação Nacional de Livrarias dão conta de que o crescimento de vendas atingiu mais de dez por cento nos últimos anos.
Sabemos que, devagar, a adesão aos livros eletrônicos vai progredindo. E se, mesmo verificando-se que, apesar dos adeptos do Kindle e outros leitores eletrônicos, que já perfazem uma pequena fatia da venda e de consumo de e-books, o livro impresso continua aumentando suas vendas, quero crer que isso significa que o número de leitores de livros têm aumentado.
Não é uma boa notícia, saber que o contingente de leitores aumentou, nesta nossa terra tupiniquim que carrega o estigma de ter um povo que não lê? Mesmo o livro sendo caro, as vendas estão num crescendo. Os e-books tentam ser mais baratos que o livro impresso, mas é preciso considerar que o aparelho para ler os arquivos digitais são, ainda, bem caros. E isso reflete no preço do e-book.
A boa nova é a constatação de que o que tem provocado esse aumento na venda de livros nos últimos tempos é a leitura por parte do público mais jovem, leitores ainda em formação, poder-se-ia dizer. Mérito da escola, que está conseguindo incentivar a leitura em jovens e adolescentes? Talvez. Algumas escolas fazem um trabalho muito bom e eficiente.
Mas o que tem motivado os novos leitores a consumirem mais livros são escritores como os autores de Harry Potter, Crepúsculo e tantas outras séries de aventuras surrealistas, que com sua imaginação prodigiosa criam situações e personagens fabulosos, que cativam e arrebanham mais adeptos para o livro. Leitores que enfrentam volumes de quatrocentas, quinhentas páginas ou mais com sofreguidão.
Não é ótimo saber que mais brasileiros estão lendo, consumindo literatura?
Como já disse, não podemos ter a ilusão de que o livro eletrônico não vai ganhar terreno, a longo prazo. Alguém perguntaria: e esses campeões de vendas não migrarão para o e-book? Claro, mais cedo ou mais tarde eles estarão também nessa plataforma.
Mas o livro impresso estará sempre aí, mesmo dividindo espaço com o livro eletrônico.